A Missa de Cura e Libertação de São Miguel Arcanjo, celebrada pelo Padre Fernando Guirado, contou com a participação de inúmeras pessoas de toda região de Presidente Prudente. Confirma algumas fotos abaixo:
quinta-feira, 27 de dezembro de 2012
terça-feira, 18 de dezembro de 2012
Última Missa de Cura e Libertação do Ano. Participe!
Será realizada nesta sexta-feira às 20HS no Lar dos Meninos, a última Missa de Cura e Libertação de São Miguel Arcanjo, celebrada pelo Padre Fernando Guirado.
Venha participar deste momento único de Fé e oração!
Se preferir, assista ao vivo pelo site: www.nsraaparecidappinheiros.com.br
Venha participar deste momento único de Fé e oração!
Se preferir, assista ao vivo pelo site: www.nsraaparecidappinheiros.com.br
quarta-feira, 12 de dezembro de 2012
Missionário Aristides Madureira: Dízimo ou Partilha?
Imagino que este artigo gere nas paróquias muitas polêmicas, contudo, minha intenção é a de tão somente promover uma reflexão mais aprofundada sobre o tema, do qual sinto, urge por uma nova visão.
O termo dízimo significa a décima parte, em Hebraico era ma’aser e no grego dekate, ou como era mais usual: apodekato, ou seja, dar a décima parte. O termo dízimo vem do latim, decimus, que significa igualmente a décima parte de um todo. Mas a prática de entregar, doar, pagar, devolver passou por várias mudanças ao longo dos tempos, adaptando-se às realidades e ampliando seu significado espiritual. Vejamos:
Paganismo:
A prática de dizimar aos deuses já era vivenciada pelos acádios e pelos sumérios na mesopotâmia e também por outras culturas. Tinham como motivação - APLACAR A FÚRIA DOS DEUSES. Uma espécie de rito que visava garantir sucesso nas colheitas, boa chuva, terra fértil e assim por diante.
Patriarcas:
Encontramos referência ao dízimo no livro do Gênesis (Gn 14,20) onde Abraão entrega a décima parte de tudo o que conquistou na guerra contra Codorlaomor e seus reis aliados, a Melquisedec (Hb 71-3). Sua motivação porém, foi outra – RECONHECIMENTO – GRATIDÃO E FÉ. Reconhecia o senhorio de um único Deus, era grato por este Deus ter agido em seu favor, e fé de que este Deus o estava conduzindo à terra prometida. Uma espiritualidade nova e inovadora, que norteou a prática do dízimo na vida de seus descentes: Isaac e Jacó, esse último, ofereceu seus dízimos após longa jornada, e o faz com sua produção de animais.
Leis de Moisés:
Teremos depois, longo período sem que haja qualquer relato sobre os dízimos: o período do cativeiro no Egito. Será na reorganização do povo e sua libertação que, nas leis de Moisés, de modo abundante, encontraremos a prática do dízimo sendo regulamentada e transformada em lei. A partir de então, os dízimos passam a ter finalidade própria. Serão entregues aos sacerdotes para seu sustento e administração, atendendo também aos órfãos, viúvas e estrangeiros.
A História relata que as contribuições sofreram alterações à medida da necessidade do povo. Quando escolheram ter um rei, as contribuições que outrora iam apenas aos levitas, passaram a custear também as necessidades do reino. Quando mais tarde Salomão vai construir o Templo de Jerusalém, as contribuições foram elevadas. O dízimo tornou-se lei obrigatória entre os judeus e infringir essa lei podia causar duras penas.
Primeiras comunidades Cristãs:
O cristianismo, tendo suas bases transformadas por Jesus, com sua mensagem impactante de amor, viveu a experiência da partilha plena, onde colocavam tudo em comum. Estudiosos mostram que a motivação dos primeiros cristãos podia ser a de que aguardavam a vinda de Jesus para uma brevidade que não aconteceu. Contudo, notamos uma releitura sobre as ajudas à Igreja por meio de São Paulo na carta aos Coríntios nos capítulos 8 e 9.
Atualmente, quando analisamos a História, notamos que um dos aspectos que favoreceu o crescimento das primeiras comunidades, que eram duramente perseguidas pelo Império Romano, era a independência econômica advinda do caixa das doações. Não podemos esquecer que a séria evangelização e testemunho dos apóstolos, além das reuniões para a fração do pão foram essenciais para esse crescimento. Catequese – Liturgia e Dízimos.
Igreja Pós Constantino:
Após o imperador Constantino favorecer a inclusão do cristianismo no Império, percebemos que a participação dos nobres na formação do que mais tarde será denominado patrimônio de Pedro, permitiu-lhes, por partilharem seus bens, intrometerem-se nos afazeres da Igreja. Essa intromissão acabou colocando um manto de sombras sobre os ombros da Igreja de Cristo. O Dízimo tornou-se, mais uma vez, com o decorrer da História, lei obrigatória, sob pena de excomunhão aos que não contribuíssem. Mergulhada em problemas de ordem administrativa a Igreja assistiu a prática de se pagar o dízimo sendo supressa. Primeiramente na Igreja da França, não tardando em ser adotada por outras nações.
Dízimo no mundo:
Atualmente o dízimo está presente em poucas regiões do mundo e de formas diferentes. Em alguns lugares é uma contribuição debitada em folha de pagamento através dos impostos, noutras, a palavra dízimo mal é conhecida ou até mesmo rechaçada . Há lugares, em que como o Brasil, busca-se resgatar essa prática sob novo modelo e propósitos. O meio de autossustentação de cada Igreja particular varia de acordo com a realidade econômica de cada nação.
Dízimo na Igreja do Brasil:
A Igreja do Brasil, atenta e preocupada com as inadequadas formas de alocação de recursos tais como: taxas, espórtulas, festas de padroeiros entre outras, opta pelo dízimo como meio de autossustentação (XVI Assembleia Geral em Itaici 1974). Um resgate por uma espiritualidade a ser compreendida e vivida pelos fiéis católicos. Uma tarefa difícil, mas que teve enorme aceitação no Brasil que, diga-se de passagem, atualmente é um país missionário sobre o tema em vários países, eu mesmo tive algumas oportunidades de ir para outras nações para partilhar nossas experiências na Igreja do Brasil.
Mas como deve ser entendido este dízimo?
O dízimo deve ser visto sob outro prisma, sob nova visão. Como uma prática que acolhe os princípios e motivações dos patriarcas bíblicos, as finalidades de manutenção do templo e dos necessitados, vivido pelo judaísmo, e a espontaneidade e o compromisso dos primeiros cristãos. Buscando os acertos e evitando os erros cometidos no passado.
Dízimo ou Partilha?
A devolução espontânea já é realidade na grande maioria das paróquias no Brasil. Os fiéis são livres para contribuírem com a quantia que puderem ou desejarem. O Novo Catecismo promulgado em 2005 traz a alteração do quinto mandamento da lei da Igreja que confirma essa nova perspectiva sobre essa prática. O que era: pagar o dízimo segundo o costume, passa a ser: Atender as necessidades da comunidade segundo as possibilidades de cada um.
Frente a essa realidade que já vivemos, somado às orientações da Igreja é que proponho a reflexão quanto à mudança no modo de tratamento quanto a esta pastoral.
Pastoral da Partilha, além de expressar com mais fidelidade nossa realidade, distingue a prática da nossa Igreja católica das demais denominações, cuja evangelização fundamentalista ora oportuniza-se na exploração dos fiéis e ora em uma barganha com o Deus da prosperidade. A espiritualidade da partilha implica numa participação na vida da comunidade que transcende os limites financeiros. Os fiéis participam por estarem envolvidos com a missão da Igreja. Por se sentirem parte de cada ação evangelizadora da paróquia. A gestão dos recursos igualmente muda, pois os gestores compreendem que os fiéis são motivados pela transparência e pela organização eficiente e eficaz de uma administração da qual fazem parte e se orgulham.
Ao pesquisar a etimologia da palavra partilha aprendi que ela deriva da palavra latina partícula. Profundo não é? A eucaristia está intimamente ligada a essa nova visão sobre o dízimo, que tem no altar sua fonte de solidariedade e missão.
Mas com quanto cada fiel pode participar?
Os fiéis são livres para decidir. É dever e direito nosso (agentes de pastoral) dar a entender aos fiéis que partilhar não é dar o que nos sobra e sim o que o outro precisa, como diz meu querido amigo Antoninho Tatto. A participação dos fiéis deve ser baseada em sua conversão e não na obrigatoriedade. Deve nascer da gratuidade do coração e não da culpa do bolso. Devemos evangelizar sob os caminhos da teologia do amor e não da dor. Não se trata de esmola mas do reconhecimento do Senhorio de Deus em nossas vidas e do conhecimento de que somos chamados à partilha, às obras de misericórdia.
Não sou contra a participação com a décima parte do que produzimos, muito pelo contrário, reconheço o valor como justo e possível a todos. Ninguém reclama por exemplo em ter que deixar os 10% do garçom nos restaurantes, no pagamento de serviços em hotéis e assim por diante. Não seria, por ventura, mais importante em nossas vidas, a família cristã e a nossa vida sacramental do que qualquer uma dessas prestações de serviço? Entretanto, não podemos tornar esse valor referência obrigatória tendo por justificativa apenas o termo Dízimo. Se assim o fizermos esvaziaremos o verdadeiro sentido da partilha.
É claro que o espaço reservado a este artigo é insuficiente para aprofundarmos do tema, contudo convido os senhores e senhoras a acessarem nosso site para maiores informações. wwweditoraapartilha.com.br
O termo dízimo significa a décima parte, em Hebraico era ma’aser e no grego dekate, ou como era mais usual: apodekato, ou seja, dar a décima parte. O termo dízimo vem do latim, decimus, que significa igualmente a décima parte de um todo. Mas a prática de entregar, doar, pagar, devolver passou por várias mudanças ao longo dos tempos, adaptando-se às realidades e ampliando seu significado espiritual. Vejamos:
Paganismo:
A prática de dizimar aos deuses já era vivenciada pelos acádios e pelos sumérios na mesopotâmia e também por outras culturas. Tinham como motivação - APLACAR A FÚRIA DOS DEUSES. Uma espécie de rito que visava garantir sucesso nas colheitas, boa chuva, terra fértil e assim por diante.
Patriarcas:
Encontramos referência ao dízimo no livro do Gênesis (Gn 14,20) onde Abraão entrega a décima parte de tudo o que conquistou na guerra contra Codorlaomor e seus reis aliados, a Melquisedec (Hb 71-3). Sua motivação porém, foi outra – RECONHECIMENTO – GRATIDÃO E FÉ. Reconhecia o senhorio de um único Deus, era grato por este Deus ter agido em seu favor, e fé de que este Deus o estava conduzindo à terra prometida. Uma espiritualidade nova e inovadora, que norteou a prática do dízimo na vida de seus descentes: Isaac e Jacó, esse último, ofereceu seus dízimos após longa jornada, e o faz com sua produção de animais.
Leis de Moisés:
Teremos depois, longo período sem que haja qualquer relato sobre os dízimos: o período do cativeiro no Egito. Será na reorganização do povo e sua libertação que, nas leis de Moisés, de modo abundante, encontraremos a prática do dízimo sendo regulamentada e transformada em lei. A partir de então, os dízimos passam a ter finalidade própria. Serão entregues aos sacerdotes para seu sustento e administração, atendendo também aos órfãos, viúvas e estrangeiros.
A História relata que as contribuições sofreram alterações à medida da necessidade do povo. Quando escolheram ter um rei, as contribuições que outrora iam apenas aos levitas, passaram a custear também as necessidades do reino. Quando mais tarde Salomão vai construir o Templo de Jerusalém, as contribuições foram elevadas. O dízimo tornou-se lei obrigatória entre os judeus e infringir essa lei podia causar duras penas.
Primeiras comunidades Cristãs:
O cristianismo, tendo suas bases transformadas por Jesus, com sua mensagem impactante de amor, viveu a experiência da partilha plena, onde colocavam tudo em comum. Estudiosos mostram que a motivação dos primeiros cristãos podia ser a de que aguardavam a vinda de Jesus para uma brevidade que não aconteceu. Contudo, notamos uma releitura sobre as ajudas à Igreja por meio de São Paulo na carta aos Coríntios nos capítulos 8 e 9.
Atualmente, quando analisamos a História, notamos que um dos aspectos que favoreceu o crescimento das primeiras comunidades, que eram duramente perseguidas pelo Império Romano, era a independência econômica advinda do caixa das doações. Não podemos esquecer que a séria evangelização e testemunho dos apóstolos, além das reuniões para a fração do pão foram essenciais para esse crescimento. Catequese – Liturgia e Dízimos.
Igreja Pós Constantino:
Após o imperador Constantino favorecer a inclusão do cristianismo no Império, percebemos que a participação dos nobres na formação do que mais tarde será denominado patrimônio de Pedro, permitiu-lhes, por partilharem seus bens, intrometerem-se nos afazeres da Igreja. Essa intromissão acabou colocando um manto de sombras sobre os ombros da Igreja de Cristo. O Dízimo tornou-se, mais uma vez, com o decorrer da História, lei obrigatória, sob pena de excomunhão aos que não contribuíssem. Mergulhada em problemas de ordem administrativa a Igreja assistiu a prática de se pagar o dízimo sendo supressa. Primeiramente na Igreja da França, não tardando em ser adotada por outras nações.
Dízimo no mundo:
Atualmente o dízimo está presente em poucas regiões do mundo e de formas diferentes. Em alguns lugares é uma contribuição debitada em folha de pagamento através dos impostos, noutras, a palavra dízimo mal é conhecida ou até mesmo rechaçada . Há lugares, em que como o Brasil, busca-se resgatar essa prática sob novo modelo e propósitos. O meio de autossustentação de cada Igreja particular varia de acordo com a realidade econômica de cada nação.
Dízimo na Igreja do Brasil:
A Igreja do Brasil, atenta e preocupada com as inadequadas formas de alocação de recursos tais como: taxas, espórtulas, festas de padroeiros entre outras, opta pelo dízimo como meio de autossustentação (XVI Assembleia Geral em Itaici 1974). Um resgate por uma espiritualidade a ser compreendida e vivida pelos fiéis católicos. Uma tarefa difícil, mas que teve enorme aceitação no Brasil que, diga-se de passagem, atualmente é um país missionário sobre o tema em vários países, eu mesmo tive algumas oportunidades de ir para outras nações para partilhar nossas experiências na Igreja do Brasil.
Mas como deve ser entendido este dízimo?
O dízimo deve ser visto sob outro prisma, sob nova visão. Como uma prática que acolhe os princípios e motivações dos patriarcas bíblicos, as finalidades de manutenção do templo e dos necessitados, vivido pelo judaísmo, e a espontaneidade e o compromisso dos primeiros cristãos. Buscando os acertos e evitando os erros cometidos no passado.
Dízimo ou Partilha?
A devolução espontânea já é realidade na grande maioria das paróquias no Brasil. Os fiéis são livres para contribuírem com a quantia que puderem ou desejarem. O Novo Catecismo promulgado em 2005 traz a alteração do quinto mandamento da lei da Igreja que confirma essa nova perspectiva sobre essa prática. O que era: pagar o dízimo segundo o costume, passa a ser: Atender as necessidades da comunidade segundo as possibilidades de cada um.
Frente a essa realidade que já vivemos, somado às orientações da Igreja é que proponho a reflexão quanto à mudança no modo de tratamento quanto a esta pastoral.
Pastoral da Partilha, além de expressar com mais fidelidade nossa realidade, distingue a prática da nossa Igreja católica das demais denominações, cuja evangelização fundamentalista ora oportuniza-se na exploração dos fiéis e ora em uma barganha com o Deus da prosperidade. A espiritualidade da partilha implica numa participação na vida da comunidade que transcende os limites financeiros. Os fiéis participam por estarem envolvidos com a missão da Igreja. Por se sentirem parte de cada ação evangelizadora da paróquia. A gestão dos recursos igualmente muda, pois os gestores compreendem que os fiéis são motivados pela transparência e pela organização eficiente e eficaz de uma administração da qual fazem parte e se orgulham.
Ao pesquisar a etimologia da palavra partilha aprendi que ela deriva da palavra latina partícula. Profundo não é? A eucaristia está intimamente ligada a essa nova visão sobre o dízimo, que tem no altar sua fonte de solidariedade e missão.
Mas com quanto cada fiel pode participar?
Os fiéis são livres para decidir. É dever e direito nosso (agentes de pastoral) dar a entender aos fiéis que partilhar não é dar o que nos sobra e sim o que o outro precisa, como diz meu querido amigo Antoninho Tatto. A participação dos fiéis deve ser baseada em sua conversão e não na obrigatoriedade. Deve nascer da gratuidade do coração e não da culpa do bolso. Devemos evangelizar sob os caminhos da teologia do amor e não da dor. Não se trata de esmola mas do reconhecimento do Senhorio de Deus em nossas vidas e do conhecimento de que somos chamados à partilha, às obras de misericórdia.
Não sou contra a participação com a décima parte do que produzimos, muito pelo contrário, reconheço o valor como justo e possível a todos. Ninguém reclama por exemplo em ter que deixar os 10% do garçom nos restaurantes, no pagamento de serviços em hotéis e assim por diante. Não seria, por ventura, mais importante em nossas vidas, a família cristã e a nossa vida sacramental do que qualquer uma dessas prestações de serviço? Entretanto, não podemos tornar esse valor referência obrigatória tendo por justificativa apenas o termo Dízimo. Se assim o fizermos esvaziaremos o verdadeiro sentido da partilha.
É claro que o espaço reservado a este artigo é insuficiente para aprofundarmos do tema, contudo convido os senhores e senhoras a acessarem nosso site para maiores informações. wwweditoraapartilha.com.br
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