Nos dias de hoje, a internet tem causado um grande impacto em conceitos e métodos das ciências como a psicologia, antropologia, a sociologia e, além do mais, evolui ajudando no desenvolvimento econômico, técnico, religioso e científico dos nossos tempos. Basta ver os Estados Unidos e entender que a maior parte da campanha do presidente Barack Obama foi feita pela internet.
O rápido avanço tecnológico e a popularização da internet estão mudando paradigmas no modo de viver e principalmente no modo de comunicar.
Na década de 80, a comunicação era vista na equação “emissor”, “mensagem” e “receptor”. Mais recentemente, esse modelo está sendo superado por uma nova visão, criando-se uma cultura midiática.
“A cultura midiática muda e cresce, transformando o mundo em torno de si. A Igreja segue com atenção tal processo e tem consciência da sua relevância epocal. Reconhecendo e ajuizando as possibilidades presentes na mídia, a Igreja impregnou-se do seu uso, dispensando um atento discernimento à cultura gerada pelos instrumentos midiáticos. A cultura e a comunicação constituem um areópago de importância crucial para os fins de inculturação da fé cristã”(Diretório de Comunicação da CNBB, 47).
A cultura midiática faz parte da vida das pessoas, do desenvolvimento e torna-se integrante da sociedade.
Antes da existência do rádio, da televisão, do livro, do jornal e da revista, a comunicação se realizava, em todas as sociedades e grupos, pelos processos sociais. Com o advento do rádio, da televisão, do jornal e da comunicação de massa, tais meios passaram a ter grande influência nas relações das pessoas e dos processos sociais.
Martin Barbero, um semiólogo, antropólogo e filósofo colombiano (espanhol de nascimento e colombiano por adoção), que tem vasta literatura sobre comunicação, afirma que “não existe comunicação sem cultura, nem cultura sem comunicação”.
Na década de 90, o beato João Paulo II na encíclica Redemptoris Missio considera o universo da comunicação social como o “primeiro areópago do tempo moderno” e proclama a necessidade de superar uma leitura simplesmente instrumental da mídia. Não basta usar (os meios) para difundir a mensagem cristã... mas é preciso integrar a mensagem mesma nesta “nova cultura” criada pela comunicação social” (37c).
Atualmente, o papa Bento XVI afirma que “nos primeiros tempos da Igreja, os Apóstolos e os seus discípulos levaram a boa-nova de Jesus ao mundo greco-romano: como então a evangelização para ser frutuosa requereu uma atenta compreensão da cultura e dos costumes daqueles povos pagãos com o intuito de tocar as suas mentes e corações, assim agora o anúncio de Cristo no mundo das novas tecnologias supõe um conhecimento profundo das mesmas para se chegar a uma sua conveniente utilização”.
(Dia das Comunicações-2009, 43). E mais recentemente, na Mensagem do Dia Mundial da Comunicação-2010, 44, diz que “também no mundo digital deve ficar patente que a amorosa atenção de Deus em Cristo por nós não é algo do passado, nem uma teoria erudita, mas uma realidade absolutamente concreta e atual”.
E finalmente, o Documento de Aparecida nos pede para compreender e valorizar a nova cultura da comunicação: “a revolução tecnológica e os processos de globalização formataram o mundo atual como grande cultura midiática” (484) e continua: “a Igreja deve estar presente nos meios de comunicação de massa: imprensa, rádio e TV, cinema digital, sites de internet, fóruns e tantos outros sistemas para introduzir neles o mistério de Cristo (486e). A internet pode oferecer magníficas oportunidades de evangelização, se usada com competência e clara consciência de suas forças e fraquezas (cf. DAp, 488).
Assim, a paróquia que é a Igreja visível espalhada por todo o mundo (cf. SC, 42), nesta cultura midiática, tem grande possibilidades de efetuar um diálogo com a sociedade e de colaborar na construção de um mundo mais humano e no desenvolvimento da qualidade de vida de cristã.
Na atualidade, com a força da transmissão do esporte, do carnaval, das grandes celebrações de piedade popular, dos grandes shows musicais, percebemos na mídia o espaço onde as pessoas buscam uma identificação ou uma resposta para certos valores intangíveis. Buscam, em todo momento, no celular, ipod, tablet, ipad, laptop, uma relação afetiva. Estes aparelhos fazem parte da vida das pessoas.
A paróquia pode prestar um contributo relevante na cultura midiática por meio de um relacionamento humano, nos meios eletrônicos, imagens (celular), sites, blogs, redes sociais( facebook ,o instagran ,o twitter, o pinterest, o tumblr, o orkut, myspace, friendster, Hi5, bebo etc...), emails, tendo em vista um novo modo de se relacionar com as pessoas e na busca de se fazer a experiência cristã de Deus. Também podemos contar com WebTv e WebRádio.
Estes meios de relacionamento têm grandes possibilidades de efetuar um diálogo com a sociedade e de colaborar na construção de um mundo mais humano e no desenvolvimento da qualidade de vida e, principalmente, em levar as pessoas ao encontro com Jesus por meio da paróquia que é o lugar de escutar a Palavra e de celebrar os mistérios de Cristo.
Temos que ter em mente que a pessoa que busca um programa religioso na televisão, que acompanha a pregação de um sacerdote no rádio, que acessa um site para procurar informações e assiste celebrações religiosas está querendo participar de uma comunidade cristã.
Assim sendo, a paróquia, nesta cultura midiática, deve revelar-se como uma comunidade cristã, isto é, um lugar onde vivemos o dom da comunhão, acolhendo-nos como irmãos, partilhando o que possuímos e trabalhamos juntos para construir a civilização do amor.
Sobre o autor:
Cônego Edson Oriolo, Mestre em Filosofia Social, Especialista em Marketing, Pós_Graduado em Gestão de Pessoas, Professor na Faculdade Arautos do Evangelho, Pároco da Catedral Metropolitana de Pouso Alegre, Colunista da Revista Ecclesia e Paróquias e Casas Religiosas, Conselheiro do iDizimo.com e Membro do Conselho de Conteúdo da Revista Paróquias e Casas Religiosas.
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